De cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado. Ainda assim o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano. Atualmente, o programa nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do mundo. Mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso, devolvendo qualidade de vida ao paciente.
No Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar a sua família o desejo da doação.
A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.
A doação de órgãos e tecidos é regida pela Lei nº 9.434/97. É ela quem define, por exemplo, que a retirada de órgãos e tecidos de pessoas mortas só pode ser realizada se precedida de diagnóstico de morte cerebral constatada por dois médicos e sob autorização da família.
Na morte cerebral não há mais funções vitais, só é possível respirar com ajuda de aparelhos e a parada cardíaca é inevitável. Morte cerebral e coma não são sinônimos. No estado de coma o cérebro está vivo, executando suas funções de manutenção da vida. Na morte cerebral, apenas o coração pode continuar batendo, e por pouco tempo, o suficiente para o aproveitamento de órgãos para transplante.
Quando um potencial doador é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Cada Estado tem uma Central de Notificação, captação e distribuição de Órgãos que coordena a captação e a alocação dos órgãos, baseada em uma fila única, estadual ou regional.
Tipos de doador
Doador vivo – Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação de órgãos múltiplos, cuja retirada não afete a estética do doador.
Doador cadáver – Pacientes com morte cerebral, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
Quais orgãos podem ser doados?
- Coração e Pulmões (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
- Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
- Fígado e Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas).
Quais são os tecidos que podem ser doados?
- Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
- Medula óssea (feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue) de doador vivo;
- Pele e Cartilagem (retirada do doador até seis horas depois da parada cardíaca);
- Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos).
Em princípio, o doador vivo é uma pessoa, em boas condições de saúde, maior de 21 anos e que concorde com a doação, não existindo um limite superior de idade. Por lei, parentes de até quarto grau e cônjuges podem ser doadores, desde que haja compatibilidade sanguínea entre o receptor e doador. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão e pele.
Quem não pode doar?
- Pacientes portadores de doenças que comprometam o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular;
- Portadores de doenças contagiosas transmissíveis, como portadores de HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas as contraindicações utilizadas para a doação de sangue;
- Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas;
- Pessoas com tumores malignos.
Fonte: Doe órgãos Salve Vidas