Especialidades médicas no Brasil

Doze especialidades concentram 65% dos profissionais que concluíram Residência Médica ou têm título  especialidade 

Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral e Anestesiologia representam 35% do total de especialistas

Dos 106.418 médicos em atividade no Estado de São Paulo em 2012, 55,96% – ou 59.555 deles –, têm uma ou mais especialidade médica. São considerados especialistas os médicos que concluíram um programa de Residência Médica e/ou obtiveram título via sociedade médica em alguma das 53 especialidades legalmente reconhecidas. Os outros 46.863 médicos paulistas, ou 44,04% do total, não têm titulo de especialista. São aqui chamados de generalistas.

Essa é uma das conclusões do estudo Demografia Médica no Estado de São Paulo, realizado pelo Cremesp por meio do cruzamento de dados do próprio Conselho, da Comissão Nacional de Residência Médica e da Associação Médica Brasileira, que reúne as sociedades de especialidades.

Cada profissional pode registrar e exercer mais de uma especialidade. Como não se sabe qual delas é praticada de fato como primeira opção, o levantamento do Cremesp considerou todos os registros de especialistas. Foram, assim, contabilizados 69.416 especialistas em atividade em São Paulo.

Pediatras, ginecologistas e obstetras somam 15.136 profissionais, 21,80% do total, ou mais de um quinto dos especialistas do Estado. Outros 30.435 médicos se concentram nas dez especialidades seguintes mais procuradas, de forma que nas 12 áreas mais numerosas estão 65,65% de todos os especialistas.

tabela abaixo traz o ranking de todas as especialidades médicas, considerando primeira, segunda e terceira opções dos médicos, no caso daquels que tem mais de um título.

 

 

Já o gráfico abaixo mostra a pirâmide etária dos especialistas e generalistas dividida em três faixas de idade, o que revela a grande concentração de especialistas entre 30 e 60 anos. Cabe ressaltar que médicos com menos de 30 anos ainda estão em processo de especialização e os mais velhos, das últimas faixas etárias, não vivenciaram as especialidades tituladas nos moldes atuais.

 

Fonte: Cremesp/CNRM/AMB; Pesquisa Demografia Médica no Estado de São Paulo, 2012 

Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “o novo censo estadual de especialistas é mais um esforço do Cremesp em contribuir, com dados inéditos e de qualidade, com o debate atual sobre a disponibilidade de médicos em relação às necessidades de saúde da população e sobre a formação médica, o que inclui a ampliação do direito de acesso de todos os médicos à Residência Médica e à especialização”.

O detalhamento de informações e análises sobre especialidades será divulgado em breve no estudo Demografia Médica no Estado de São Paulo, que trará, dentre outros dados, a distribuição dos especialistas segundo sexo, idade e região.

Mais de uma especialidade

Para efeito desse trabalho, o Cremesp considerou até três especialidades de cada médico. Desta forma, além dos 59.555 médicos titulados – contados como “um” profissional –, somou-se também a segunda opção – um total de 9.489 – e também a terceira, com 372 registros. Pode-se dizer, desta forma, que 69.416 especialistas estão em atividade no Estado, 9.861 dentre eles com registro em mais de uma área.

É fato que, por um lado, essa opção traz uma duplicação em parte do universo. Por outro, ela torna mais real a dimensão de cada especialidade e revela com quais especialistas o sistema de saúde e o mercado de trabalho podem eventualmente contar.

Médico generalista

Para o estudo do Cremesp, generalista é o médico sem título de especialista. Como parâmetro, recorreu-se à Resolução CNE nº 4, de 7/11/2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina que afirma, em seu art. 3º, que o curso de Medicina “tem como perfil do formando egresso/profissional o médico com formação generalista”.

Também foi levada em conta a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego, que não atribui nenhuma especialidade ao médico generalista (Código 2251-70).

Neste levantamento, portanto, “generalista” não se refere ao especialista em Clínica Médica nem ao especialista em Medicina da Família e Comunidade. Não há consenso sobre o termo “generalista”, empregado de várias formas por entidades médicas e programas governamentais.

Na literatura internacional existem diferentes definições para “generalista”, que varia conforme a concepção dos cursos de Medicina, a organização dos sistemas de saúde dos países e a prática da profissão médica. Em alguns países, generalista é todo especialista formado em qualquer das especialidades básicas; em outros, é sinônimo do médico de família.

Fonte: Cremesp

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