Nutricionista alerta para os cuidados que se deve ter com a alimentação, suprindo todas as necessidades de nutrientes que o organismo tem.
A luta contra a balança e as gorduras indesejáveis é uma realidade no dia a dia de muitas pessoas, principalmente mulheres. E, a fixação por resultados rápidos pode ser a grande vilã para a saúde.
As entrevistadas do Diário do Litoral já fizeram as mais loucas e não recomendadas dietas. A nutricionista Tatiana Branco, no entanto, alerta para o cuidado que se deve ter com os alimentos ingeridos e, principalmente, com os nutrientes que não podem faltar ao organismo. Mas, antes das recomendações da profissional, as histórias pela busca da satisfação com a balança.
Bailarina e professora de dança, Gabriela Correia vive em função da boa forma. E as dietas de rápida perda de peso não lhe fugiram do cardápio. A pior delas foi a conhecida dieta da sopa, ela conta. Todas as refeições são compostas por uma alimentação líquida, os sabores das sopas variam.
Com uma apresentação de dança marcada, a bailarina precisava perder três quilos. Ela conseguiu diminuir o peso, mas a dieta líquida lhe desencadeou uma gastrite. “Consegui emagrecer, mas eu não indico para ninguém essa dieta. Passei muito mal e, depois, recuperei os quilos muito rápido. Não vale a pena”, ressalta Gabriela, contando sobre o famoso efeito sanfona, que é comum à pessoas que perdem peso muito rápido e não reeducam o hábito para alimentação.
Hoje, Gabriela continua lutando contra a balança, mas desde que adquiriu a gastrite, optou por comer alimentos saudáveis, em porções pequenas durante o dia, para conseguir emagrecer. “É o recomendado pelos nutricionistas”, diz.
Dietas malucas e remédios para emagrecer podem funcionar, mas não são indicados por profissionais e prejudicam à saúde. E pior: podem devolver os quilos perdidos em dobro
Leite
Três dias. Esse foi tempo que a advogada Marcela Hunold aguentou fazer a dieta do leite. Quem escolhe essa maneira de perder peso, ingere a bebida no lugar de todas as refeições. Com o passar dos dias, pode-se adicionar frutas e pequenas quantidades de alimentos. “Mas no terceiro dia eu já não aguentei mais”, ela conta.
Ainda não satisfeita com o próprio corpo, Marcela afirma preferir fazer dietas recomendadas por profissionais da saúde do que tentar novamente outro regime na tentativa da rápida perda de peso.
Desde a dieta do leite, Marcela criou uma intolerância à bebida. “Hoje eu só consigo beber (leite) com bastante café e só uma vez por dia”.
Medicação
Juliana Fernandes é técnica em nutrição, mas confessa que já chegou a tomar remédios e optou por dieta radical para eliminar alguns quilos. Obteve resultados, mas hoje, depois de uma gravidez que a fez engordar 13 quilos, ela está na luta contra o peso fazendo exercícios e comendo alimentos saudáveis.
Assim como a bailarina Gabriela Correia, Juliana também escolheu a dieta da sopa e cortou os carboidratos da alimentação para conseguir emagrecer. Aliado à redução de calorias ingeridas, ela tomou a sibutramina, medicamento que reduz a vontade de comer.
Na época Juliana perdeu os cinco quilos que queria e ficou satisfeita com seu corpo. “Valeu a pena, porque eu cheguei a pesar 56 quilos que, para a minha altura de 1,54 metro, está ótimo. Não me senti mal, mas eu passava muita fome”.
Depois que engravidou e ganhou 13 quilos, Juliana conta que conseguiu perder tudo que havia engordado, mas não se sente satisfeita com seu corpo porque ficou flácida, com celulites e estrias. Malhando, ela busca eliminar mais outros cinco quilos.
Nutricionista alerta para os riscos da má alimentação
A nutricionista Tatiana Branco incentiva os cuidados com o corpo através da alimentação saudável, balanceando a ingestão de todos os nutrientes que o organismo precisa. Mas alerta sobre os riscos que uma dieta radical pode causar à saúde.
Ela explica que dietas radicais não são eficazes porque a pessoa se priva ou exagera na ingestão de determinado alimentar. “O corpo precisa de variedade de nutrientes para funcionar adequadamente. Quando excluímos um grupo alimentar, levamos o corpo a situações extremas, o que força nosso metabolismo, de modo que, ingerindo menos, temos menor quantidade de calorias, mas isso não corresponde a qualidade”, ressalta.
As dietas líquidas, como a da sopa ou a dos sucos, como a nutricionista exemplifica, têm menos calorias, causando a rápida perda de peso, “porém, ao voltarmos a ingerir alimentos sólidos, voltamos a engordar, causando o tão conhecido efeito sanfona”, explica Tatiana.
Tais dietas dão resultado rápido por desencadearem um sistema de emergência no organismo, o que faz com que a pessoa queime as reservas corporais, já que o corpo não obtém energia da alimentação. “Geralmente (as dietas) não podem ser prolongadas por muito tempo, já que causam desidratação, fadiga, até dores no corpo e desmaios, por faltar alimentos como proteínas, carboidratos e lipídios, nossas fontes de energia”, enfatiza a nutricionista.
A boa forma não tem segredo. A alimentação saudável, aliada a exercícios físicos, resulta em bem estar, saúde e, o mais desejado por todas as mulheres, quilos a menos na balança. E a nutricionista recomenda: “o que emagrece com saúde é uma dieta de muita qualidade e pouca quantidade, fracionada (comer porções menores, mais vezes ao dia, ideal seis refeições pequenas), e associada a hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física”.
Fonte: Diário do Litoral